quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cuidado com os preconceitos

Boa tarde,
Em virtude de alguns e-mails que tenho recebido sobre a escolaridade e profissão de alguns candidatos e com os quais não concordo, resolvi escrever a minha opinião.
Quanto ao nível dos candidatos a deputados estaduais e federal e também a senador, concordo que é baixo, porém eles estão no direito de se candidatarem, pois a Constituição garante assim o garante.
É só olhar a Constituição Federal que determina:
Qualquer cidadão pode se candidatar desde que se respeite as seguintes condições:
a) tenha nacionalidade brasileira ou condição de português equiparado;
b) esteja com pleno exercício dos seus direitos políticos;
c) tenha sido alistado;
d) domicílio eleitoral na circunscrição de pelo menos 1 (um) ano antes do pleito;
e) seja filiado a um partido político a pelo menos 1 (um) ano antes da eleição;
f) possuir a idade mínima requerida para o cargo até a data da posse:

Presidente, Vice-presidente,Senador - 35 anos
Governador e Vice-Governador - 30 anos
Deputado Federal, Estadual e Distrital, Prefeito e Vice-Prefeito - 21 anos
Vereador - 18 anos

Determina também quem não pode ser eleito:
a)Os analfabetos;
b)os inalistáveis;
c)cônjuge, parente ou afim de um detentor de cargo no Poder Executivo.

Acredito que todos possuam esses requisitos. E os que não tem, a própria Justiça Eleitoral já está impugnando as candidaturas.
Concordo que popularidade não é sinônimo de competência, senão os nossos governantes seriam escolhidos a cada “Big Brother” ou “A Fazenda” ou mesmo no final de cada Campeonato Brasileiro de futebol. Porém, cabe ao povo, votar ou não neles. Acredito que esse é um dos princípios da Democracia, desde os tempos da Grécia Antiga.
Quanto a escolaridade, a mesma Lei, não barra aquele que tem ensino fundamental incompleto, apenas que o candidato seja alfabetizado. Acredito que é muito simplista, “dizer” mesmo que nas entrelinhas que uma pessoa que não tem nível superior é incompetente ou não tem inteligência para assumir um cargo político. Se fosse assim, nem deveria ter eleições, seria mais simples pedir para a USP, UNICAMP ou Universidade de Brasília indicarem os nossos governantes.
Se fossemos por esse pensamento, eu e muitos outros seriamos taxados dessa forma. Conheço, e vocês devem conhecer pessoas que tem apenas até o quarto ano e são muito mais competentes e inteligentes que muitos dos formados pelas renomadas universidades do nosso país. Não estou fazendo uma defesa do Tiririca, do Batoré ou de quem seja e sim de um direito que cabe a todos, nós – votar e ser votado.
Deveríamos, não insultar as pessoas pelo grau de instrução delas e sim pelas propostas delas, que se forem ridículas, devem ser rechaçadas.
Isso, no meu ponto de vista, “que não tenho o Superior completo e sim em término de curso”, é um preconceito velado, que infelizmente está instalado em nossa sociedade – “Uma pessoa que não tem “faculdade” não serve.”. Mas quem tem é um Deus.”. É só pesquisar, nenhum dos candidatos a Presidente ou Governadores são contra esse tipo de discurso, seja ele, Serra, Marina, Dilma ou até os mais à esquerda como o Plínio ou o Zé Maria.

Para finalizar, o artigo também é tendencioso, já que no final, o artigo coloca a Dilma no mesmo barco como se ela tambem tivesse a baixa escolaridade que apregoam ser contra, mas isso, vai contra tudo aquilo que o mesmo artigo prega, já que a candidata Dilma Vana Rousseff, tem superior completo, fala mais de uma língua, morou no exterior, é Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mestre em Teoria Econômica pela UNICAMP e Doutoranda em Economia Monetária e Financeira pela Unicamp e também é colocada no mesmo nível dos outros candidatos. Será que é por ela ser mulher, ter lutado contra os Governos Militares ou ser apoiada pelo atual Presidente.

Para reflexão:
“Preconceito é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminação|discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente.”

Abraços,

Luis Fernando Martins
Educador
Coordenador da ONG Vanguarda

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